sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ele há dias...

Esgotam-me dias assim. Dias em que as 8h30 já estou no banco, ensonada e rabugenta com o cinzento matinal. Dias em que o telefone toca sem parar, para tudo e para nada. Em que só saio do carro por míseros 20minutos, e o resto é passado no transito infernal como se não houvesse amanhã, aquele transito parvo de sexta-feira. Não gosto de dias em que para me dar ao luxo de comer qualquer coisinha, tenho que o fazer numa qualquer área de serviço. E depois ele é portagens, ele é ruídos, ele é conduções perigosas, ele é filas, ele é terrinhas e espaços perdidos no meio do nada. Ele é indivíduos com mania de engraçados, que por momentos devem esquecer que têm idade para ter juízo. Trabalho é trabalho meus senhores. Ele é uma Suspiro que adora conduzir mas que hoje teve a sua dose. Ele é ruas intransitáveis porque duas condutoras chocaram da forma mais parva que pode existir, e pura e simplesmente embarrilaram o trânsito, já de si horrível. E pior, ele é a bexiga apertadinha durante horas.E depois ele é o telefonema do meu O. a convidar-me para uma francesinha. E de repente, como por magia, tudo me pareceu menos cinzento.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009













Sei que o dia dos Fiéis está a chegar quando por uma rosa pago o triplo do preço, e quando à porta do cemitério a oferta ultrapassa os limites do razoável.

Atraso técnico, Estou mesmo a chegar

Não compreendia muito bem os atrasos. Não os atrasos normais, daqueles que combinamos estar a uma hora e aparecemos cinco minutos depois, mas aqueles estou-a caminho-a-passar-a-rua-paralela-já-já-estou-aí, e só aparecem quarenta e cinco minutos depois. Hoje em dia começo a entender. Quando nos surgem cinco locais para estar ao mesmo tempo, todos eles a apelar urgência sem qualquer tipo de compreensão para uma qualquer demora, quando o nosso consciente barra o grito histérico e já só nos apetece mandar tudo e todos à merda, a Suspiro redimiu-se ao estou-já-já-a-chegar-tou-no-transito. E apelo sempre ao meu bom-senso. A técnica resume-se ao inspira e expira e umas asneiradas ditas no carro, assim para ninguém e para todos. E volto à minha calma acelerada do costume, sorriso nos lábios. Boa tarde, como está?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

13meses

Podem passar meses, anos, décadas até, que nunca me irei habituar a ouvir o teu nome, o teu nome completo que tantas vezes rabisquei em folhas perdidas, dito pela boca dum Padre. E é nesse pequeno momento que a minha alma por instantes acredita que PartisTe. Que a minha alma me diz que não te irei ver quando chegar a casa, embora possa jurar que às vezes, muitas vezes até, ouço o Teu chegar. Ouço os teus passos apressados e o teu pousar a chave. E juro que o meu inconsciente Te vê, inclinado na lateral da porta da cozinha a pousar-las e a olhar qualquer coisinha para reconfortar o estômago. Sorrio. E esse sorriso choroso, grita desesperado as saudades sufocantes que trago no peito. Grita o amor incalculável que Te tenho. O meu maior orgulho. Assim sem mais palavras treze meses depois.

domingo, 25 de outubro de 2009

Perfeitinho

Diz que este blog é perfeitinho. Merci.













*Manias: Nunca vestir uma peça de roupa sem a passar a ferro na hora (e odeio fazê-lo). Nunca fumo o 1º cigarro dum maço. O telemóvel quase sempre no silêncio.
*Pecado Capital: Gula.Sou muito gulosa.
*Melhor cheiro do Mundo: A casa dos meus pais. Nada como o cheiro do que é nosso, a nossa infância.
*Se o dinheiro não fosse problema: Ingressava numa Missão Humanitária.
*História da Infância: O meu Irmão, carinhosamente a levar-me à ama com tal cuidado que esfolava as pernas todas nas silvas, de tanto que me encostava à berma. Enfim, toda a minha infância foi feliz ao lado Dele, de tanto que nos adorávamos, de tanto que O amo.
*Habilidade como dona de casa: Lavar a loiça.
*O que não gosto de fazer em casa: Limpar vidros.
*Frase preferida: Quem consegue conservar a capacidade de ver a beleza, nunca envelhece.
*Passeio para o corpo: Um mergulho.
*O que me irrita: Tenho a capacidade para me enervar com o 8 e o 80, contudo não me irrito com facilidade.
*Vou aos arames quando: As pessoas são injustas, mentirosas e desbocadas. Quando não olham a meios para atingir fins.
Talento oculto: Ainda por descobrir.
*Frases ou palavras que uso muito: Vida Gorda. Eh pah! Eventualmente. Deus os ajude. Querida/o.
*Palavrão mais usado: Merda.
*Queria ter nascido a saber: Como evitar que acontecesse o que levou a minha alma tão cedo, e dava a minha vida para nunca ter recebido tal noticia.

Retribuo o selo e ofereço-o
Sisse (http://blogwomanworth.blogspot.com/)
Summer (http://tomfordismyhomeboy.blogspot.com/)
Mr. Me (http://oogrefala.blogspot.com/)
Fénix (http://avidavaimudando.blogspot.com/)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Com fome..

Sentada ao balcão, com o cheiro maravilhoso do frango no churrasco a tentar-me, dou comigo a pensar que a malta da Invicta só pensa em comer. Em bem comer. Pergunto-me se haverá noutro local do país alguma estrada com mais Churrasqueiras que a Circunvalação no Porto. E temos para todos os gostos. As mais recentes, moderninhas que só elas, e as familiares que têm história e que tentam acompanhar o decorrer do tempo, e servir um público cada vez mais exigente. E sorrio ao passar e ver estes espaços a abarrotar de juventude, na sua maioria inseridos num grupo universitário, onde os caloiros não são donos nem senhores. E sorrio ao constatar que ainda vamos dando alento a estas casas, que tentam resistir à concorrência feroz que se assiste na restauração.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pé descalço



















Costumo dizer que cresci de pé descalço. Adoro sentir os pés no chão frio da tijoleira, na areia em dias quentes. Sinto-me mais leve, alivia-me o cansaço. Por isso gosto tanto do verão e das sandálias que trás consigo. Não sou uma apaixonada por botas, não morro por calçado fechado, muito menos por meias. Num dia em que o Inverno mostrou a sua força, já tenho os pés cansados pelos sapatos. E recuso-me a pensar que será assim nos próximos meses. As sandálias ainda lá estão,à distância duma mão, prontinhas para uma partida que este nosso tempo nos possa pregar. Dedos cruzados.

419 Scam - O golpe da Nigéria

Na semana passada um amigo recebeu uma carta da Nigéria (ou de lá perto, não posso precisar), na qual um tal D. Williams lhe falava duma herança deixada pelo pai, que havia falecido brutalmente. Segundo ele, pretendia investir no nosso país, as largas dezenas de milhões de dólares herdadas, e queria contrata-lo para que este o ajudasse a transferir o dinheiro de lá para cá. O tipo era generoso, oferecia-lhe 20% sobre o montante total, nada mau.Não vi, mas juro que quase que posso ver os olhinhos do F. quando leu a carta pela primeira vez. Quase que posso descrever o jeito que fez às mãos e o seu tique de braço. E quase que posso imaginar também, os seus neurónios a funcionar naquela milésima de segundo, em que não estranhou o conteúdo daquela carta. O selo era do estrangeiro, o texto bem escrito, tudo isento de suspeitas. Mas bastou ele e o O. pesquisarem o nome do dito cujo no google, e voilá, 419 Scam - O golpe da Nigéria. Sem falhas, tudo descrito ao pormenor. Quando o O. me contou, já em fase de gargalhada tenho uma bomba para te contar, nem queria acreditar que isto aconteceu a alguém que me é tão próximo, e estranhei que não tivessem visto a reportagem que ainda há poucas semanas deu na televisão. O conteúdo das cartas é sempre parecido, sendo que por vezes pode ser substituído por email, e terminam sempre com pedido de elevadas quantias de dinheiro. Posto isto, só cai quem quer.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Destes dias..

Estas semana têm sido produtivas. Ele é multas por excesso de velocidade ( e esse episódio daria pano para mangas), ele é tentativas para roubar o carro do O., ele é o assalto (mais um ) ao carro, com direito a procura de impressões digitais, mesmo à la CSI. Os 12 e 13 de Outubro em Fátima, 18kms a pé, quase sempre a subir e eu a imaginar até onde rebolaria se alguém me desse um encontrão para trás. A teoria da conspiração da Sisse, sobre o 13 de Maio e a vinda do Papa, que já me valeu umas valentes gargalhadas. E este fim-de-semana visita da capital. Rosi, Dani, Fil e Sara que me fizeram sentir uma amigalhaça, daquelas por quem vale apena fazer 600kms em 24 horas. E tivemos direito a tudo. A gargalhadas sinceras, a café à beira-mar, a uma tentativa falhada dum copo nas Galerias, a conversa fiada no Triplex a relembrar os nossos tempos, a saída de rompante em direcção ao escritório às quatro da manhã em velocidade imprópria para cardíacos. Depois veio o amanhecer e o acordar com as suas risadas e a casa cheia. Um dia simpático de sol, onde lhes mostrei um pouco do muito que esta cidade tem para oferecer, e lhes dei a conhecer uma parte minha que estava por descobrir, as minhas origens. A despedida emocionante dos meus pais, a estação de Campanhã e as quatro com as malas repletas de croissants e uma Suspiro com lágrimas nos olhos por ver partir quem lhe faz tão bem.
Obrigado amigas.

sábado, 17 de outubro de 2009

Se Maomé não vai à montanha...

Quando há pouco mais de um ano regressei de Lisboa prometi visitas regulares, nem que fossem daquelas rápidas como o vento, só para um xi apertadinho aos amigos para a vida que lá deixei. Infelizmente a vida não me permitiu cumprir, mas não há um só dia que não me lembre deles. Fui muito feliz em Lisboa. Hoje amanheci com o sol teimoso a espreitar-me a janela. Madrugou e fez-me madrugar. E quando abri os olhos, lembrei-me que hoje quando telefonar às briggittes não direi "beijoca amiga, mal possa vou aí", mas sim um histérico "até logo". E estou ansiosa pelo final da tarde. Há muito que precisava duma visita assim.

domingo, 11 de outubro de 2009

Assim.. Porque sim.

Sou por norma uma pessoa muito insegura. Tenho um terrível medo de falhar, de decepcionar os outros, de me decepcionar comigo própria. Felizmente tais receios têm-se revelado tontos e sem razão de ser, pois felizmente, não tenho falhado muito o que me tenho proposto. Mas amanha a caminhada é dura. Nada demais dirão uns. Assustador digo eu que não me lembro de andar a pé. Em jeito de graça, costumo comentar que só não vou de carro ao café aqui pertinho de casa, porque tenho vergonha. Mesmo assim, daqui a umas horas juntar-me-ei à recta final do grupo. Peço ao meu intimo coragem e equilíbrio, e peço, não sei bem a quê, que ajude a minha mãe e lhe dê a força necessária para tal, não tanto uma resistência física, mas sim uma força psicológica que, ao mesmo tempo, tanto lhe tem faltado e tanto a tem amparado. A sua transparência transborda-me o coração. Sabemos, assim sem partilhar, que todos iremos pensar Nele, que tanto adoramos. E eu preciso de me capacitar que não vai custar assim muito. Talvez seja o inconsciente parvo, mas acreditem, já me doem os pés.


Um beijinho especial à S.V. Minha querida levo-te comigo no coração.

Stephen Gately




















Hoje em dia não apreciava o seu trabalho, mas recordo que era adolescente e andava sempre a cantarolar as músicas do Boyzone. Recordo a não-surpresa, quando perante o Mundo assumiu as suas escolhas, o seu verdadeiro eu, e admirei-o pela decisão de ser feliz perante todos, assim sem reservas. E são mortes prematuras como esta que me tocam a alma, que me dão a certeza da fragilidade humana, e me fazem crer, cada vez mais, na palavra Destino.

Saudades


















Imagem daí

Perdição (a qualquer hora)










Saudades dos tempos em Lisboa e de desencaminhar as amigas para o Colombo, para me empanturrar de cachorros. Graças a isso dei muitas gargalhadas, tagarelei muito e passei bons momentos. Era sagradinho e automático, uma vez por semana lá arrastava alguém, assim como quem não queria a coisa..

A imagem não é das melhores, mas a fome falou mais alto.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Within Temptation - Forgiven



Poucas são as músicas que me tocam tanto o coração.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sacrificios

Tenho com a religião uma relação muito própria, muito minha e estou na fase da minha vida em que a minha fé se encontra perigosamente no alto dum precipício. Talvez o futuro me traga respostas e me tire deste declive emocional. Não sou muito de promessas religiosas, ainda assim, já fui a Sta.Rita a pé, já visitei o Santuário de Fátima trajada e num momento de desespero enlouquecedor, por míseros segundos prometi que se algo não tivesse acontecido, ia a Fátima a pé para aí 50 vezes. Para dizer honestamente, nem me lembro ao certo quantas, foi um pensamento de quem recebe a pior noticia que poderia receber, foi um pensamento profundamente sofrido, e que infelizmente não vou ter que cumprir. Adiante. Muitas são as vozes que se levantam contra quem faz as peregrinações a pé a Fátima, ora porque X, ora porque Y. Eu nunca fui, mas o O. já e diz que é uma experiência para a vida. Fundamentalmente os críticos deveriam encarar esse gesto, como um sacrifício a que alguns indivíduos se propõem, que deve ser respeitado. Até porque uns vão a Fátima a pé, outros têm os seus próprios sacrifícios diários. Uns encaram o Santuário de Fátima como um negócio, a mim essa vertente passa-me ao lado tal é a paz que invade a minha alma quando lá vou. Hoje parte de Matosinhos, um grupo grande de peregrinos, aliás o que há uns anos para cá já se tornou habitual nesta época do ano. E nesse grupo vão duas pessoas que me mostraram, principalmente neste último ano, que são quase segundos pais para mim, a minha sogra a pé e o meu sogro no acompanhamento. E fico a torcer para que tudo corra bem, para que todos consigam superar tal sacrifício. O meu pensamento está convosco.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

20h00












Imagem daí
Haverá luxo maior que estar a lanchar na cama, com o comando numa mão e o portátil ao alcance da outra, e a ouvir caprichosamente como chove lá fora?

domingo, 4 de outubro de 2009
















Adriana Lima, Elle

É oficial, estou de novo rendida ao Ídolos, aquele programa que deveria ser considerado como terapia-vamos-lá-gargalhar-um-pouquinho-e-lavar-a-alma. Nem um tentador convite para um café me arrancou da frente da TV. O melhor? Aquela figura alucinada, com cara de deambulei-muito-pela-Rodrigues-de-Freitas-ainda-passei-pelo-Aleixo-mas-mantive-o-meu-eu-simpático, demais. O pior? A dispensável trancinha (?) na testa da Cláudia Vieira. Ele há modas que por mais que tente, e olhem que tentei mesmo, não percebo. Mas está garantido, pelo menos enquanto transmitirem os castings, ao domingo à noite não há Suspiro para ninguém.

sábado, 3 de outubro de 2009

Se trazia..

Pudesse eu, e era capaz de trazer para casa meia Clip do Norteshopping. Haja loja que me preencha tanto as medidas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Assim..

Gosto. Gosto de me levantar e ouvir os sons da manhã, de olhar o horizonte enevoado e sentir o cheiro a maresia. De caminhar pela casa silenciosa, e ter como companhia a minha Daisy e a Sissi, como se fossem a minha sombra, como que a lembrar-me que gostam de mim a valer, assim sem pretensões. Gosto de pegar no carro e conduzir sem destino, entretida a mudar as emissoras em busca "da"música. Ninguém compreende esse meu hábito, mas adoro mudar as emissoras até não querer mais. Gosto de telefonar ao O., assim só porque sim, para lhe perguntar como está e dizer-lhe o quanto é importante para mim. O cigarro numa mão, a água na outra e sou capaz de passar horas na esplanada, a apreciar o barulho e a brisa. Gosto.