sexta-feira, 29 de maio de 2009

Não encontro os meus óculos

É oficial. Amanhã começa a procura dos óculos perdidos.Ainda há pouco os comprei e esta tarde já se foram. Não há legenda que resista à minha visão ou melhor à falta dela. E só torço para que alguém os tenha encontrado. O percurso possível é simples. Do cemitério ao Restaurante Ribatejo, logo ali na Circunvalação. Dá-se recompensa a quem os encontrar. Se esta falta de visão levasse com ela visões de falta de carácter e respeito pelo próximo eu até os dava, mas infelizmente não é o caso. Wish me luck.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Já disse que hoje estava trânsito?

O dia começou cedo. Muito cedo. Trânsito. Breve passagem pelo escritório, para bem antes das nove estar uma Áurea com mau-humor a chegar à repartição das Finanças. E como eu odeio as Finanças. O atendimento devagar-devagarinho-parado, o tempo de espera, as perguntas com respostas insuficientes, a infinita burocracia e claro os pagamentos. Não andasse eu a conter-me nas asneiras e mandava-os ir roubar ao bilhar grande. Depois escritório, mais reunião e claro mais trânsito. Ansiedade para saber resultado da consulta do O. A perna vai-lhe doendo, o susto foi grande e como em quase,digo e repito, quase tudo na vida inicialmente é dito isto e aquilo para depois se ir apagando com o anoitecer. Fecha-se os olhos e já foi. Homicídio na forma tentada? Que é isso? Adiante. A recuperação corre e é o que realmente importa. É o meu marido e dou o mundo para o ver bem. Incondicionalmente. Depois uma passagem no local de trabalho da Sisse para pormos conversas desérticas em dia. Trânsito e mais trânsito e um calor abrasador. Casa, banho e mudança de modelito para outra reunião, desta vez na Brito Capelo. Serei a única a achar que o raio do Metro lhe tirou a piada toda? Depois passagem rápida no sr. das gomas. Como eu adoro aquela loja.. Final de tarde telefonema da Jú e do O. Breve passagem pela beira-mar. Não perdi o ar pálido mas soube-me pela vida. Trânsito. Casa. Técnico a descarregar mercadoria para logo de seguida lhe avariar o carro. A dez metros cá de casa. Reboque e oficina. Já disse que odeio avarias? Montagem atrasada e compras de material fora de horas. A barriga a dar horas. Coordenação do trabalho e entrega de cabo ali para os lados da Calçada do Ouro. O relógio aponta para as 22horas e a mãe espera-nos para jantar. Beijinho e dois dedos de conversa com o pai que se encontra na sala. Já disse que a minha mãe é a melhor cozinheira do Mundo? Pelo meio, beijinho de parabéns à minha prima Fátima - obrigado por todo o apoio - , à Milocas - eterna Maluka - e à Sofia - boas vidas lá por Espanha Princesa.

terça-feira, 26 de maio de 2009

You Picked Me

8 meses

O tempo corre veloz. O tempo parou. Cruelmente rápido. Cruelmente lento. Há oito meses perdia quem mais amo e as nossas vidas mudariam para sempre. Uma ténue linha entre o sobreviver e o enlouquecer. Uma recta em piloto automático sem fim à vista, onde os nossos corpos se arrastam lentos e cegos, procurando todas as respostas que escasseiam, pedindo forças que nos ajudem a continuar. Tentando escapar ao limiar da loucura. E para outros tão fácil. Guardo todos os segundos daqueles primeiros dias e ao mesmo tempo o meu coração não aguenta e esconde-os num cantinho. E tudo vira um vazio. Na semana passada passei por uma rapariga. Dentro do carro olhei-a, reconheci-a e segui em frente, virando costas a um passado que não me quero lembrar. Há oito meses praticamente não a conhecia, embora soubesse termos um universo comum. Hoje não a conheço também. Lembro-me que no dia seguinte, apática e sem saber o que fazer, com uma onda de solidariedade enorme às costas e no coração, tentando proteger os meus pais e os demais, sentia-me observada. Essa pessoa estava no meio duma multidão, olhava-me como tantos mas incomodou-me. E quando se dirigiu a mim, estranha, não percebi. As palavras que me disse na altura enfureceram-me. Despropositadas. Inusitadas. Foram isso tudo. E no meio desse tudo disse-me também que o tempo me faria ver o quão verdade era o que me dizia. E desculpou-se pelo timming escolhido. Disse apenas que tinha de seguir o coração, assim mesmo sem me conhecer e dizer-mo pois tinha-lho dito a Ele também poucos dias antes. Calei o grito furioso que teimava em sair. Recusei-me a acreditar. Não tinha o direito de dizer o que disse. Não tinha. Esta semana quando a vi senti-me envergonhada e por isso mal a olhei. Não tive coragem para lhe dizer que tinha razão e que infelizmente eu estava enganada. O tempo, esse maldito que não se pode puxar atrás mostrou-mo. E serve-me hoje o consolo de saber que Ele pelo menos sabia. E serve-me o consolo e o orgulho de ter tido um irmão como Ele que faz pessoas desconhecidas lançarem alertas só para nos pouparem dores desnecessárias. Todos os dias ao deitar peço-Lhe forças para o dia seguinte. Que ajude pelo menos os meus pais. Que lhes amenize um pouco o sofrimento e os guie. Que lhes dê força para continuar e lhes limpe as lágrimas. Para que eu quando ouvir o telemóvel a tocar não trema. Como tremi naquela manhã quando o meu coração me disse que algo havia acontecido. Como tremi quando às seis da manhã me disseram que o O. levou um tiro. Como tremo em cada telefonema a pedir para ir buscar a nossa mamã ao serviço ou ao hospital. Como na semana passada em que ela mal conseguia falar. E a mim incrédula e impotente, sem conseguir amenizar a sua dor, nada mais me resta do que limpar as lágrimas, pôr um rosto calmo, ir busca-la para a deitar e dar-lhe um pouco de paz. Tento protege-los da dor dilacerante que trago no peito. Recolho-me nas amigas, naquelas que são bem mais que isso. Que acompanharam tudo e que ouvem os meus gritos de revolta, que dão um carinho à nossa mãe e que conversam com o nosso pai. E na família que é isso mesmo , família e que está sempre presente. Onde incluo o O. Um marido incansável que mostrou ser isso mesmo. Um marido em toda a ascensão da palavra. Que sabe que adoptamos esse termo e essa postura e mostrou-o. Que sabe que as coisas não se esquecem assim num piscar de olhos de oito meses e que me disse para seguir o coração na hora decidir se acreditava naquela rapariga, que estaria cá para me apoiar se saísse ainda mais magoada. E esteve. No fundo, ele perdeu um irmão também. E a memória dele vai além do que isso. Tenho tanto para Te dizer Bruno. Tanto. Que continuo sem acreditar e sem conceber a minha vida sem Ti. Que todos os dias, no cimo das nossas escadas tenho a secreta esperança de Te ver chegar. Lindo. Sorridente. Bruno.


Amo-te muito irmão

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Eu tenho um galo

Hoje dispensei o despertador. Para que preciso quando me posso dar ao luxo de acordar com um galo? Só meu. A cantar só para mim. Encomendado ontem à tarde no escritório, na esquina do contador da luz - wtf !- enquanto aspirava o chão. Não fosse a dor de cabeça que me trouxe ficava assim com ele, para sempre.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Calorias?

O fim-de-semana passou como uma flecha. Nem dei por ele. Ontem comentava isso mesmo com o O. Parece que os fins-de-semana deixaram de existir.No sábado, ainda engripada, lá consegui tirar uma horinha para ir com a mamã ao ginásio, mas não sei se é do antibiótico ou lá o que é, só me deu para pensar em comida. E andava eu na passadeira e perguntava: mãe não tens fome? Eu comia agora era uma pizza ou uma francesinha. E era ver os demais a olhar para mim como se tivesse a dizer a maior barbaridade do mundo. E a cara da minha mãe? Impagável. No final, já disposta a ir para casa, ela,sempre a melhor mãe do mundo, lá disse para irmos à bendita francesinha. Nem pestanejei. E seguimos, com a mãe finalmente a sorrir após a nossa dolorosa manhã no cemitério. Esfomeadas, acabadinhas de sair do ginásio, fomos abastecer o dobro das calorias que havíamos perdido 5 minutos antes. E soube-me pela vida. Principalmente a sua companhia. A melhor do mundo.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Assim como assim, o sol começou a brilhar e a gripe bateu-me à porta. Com força.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A vida tem fases más e fases péssimas. Não deveria ter mas tem. E se por vezes nos é permitido virar costas e tentar fingir que nada se passa, outras é-nos impossível faze-lo. Porque está presente no nosso pensamento a cada segundo que passa. Porque o tempo não volta atrás e arrasta consigo saudades doentias que matam. Todos os dias. Porque há sempre algo que torna pior o péssimo e não deixa o coração repousar. Porque o que está pendente não tem solução à vista embora todos os dias me esforce para que sim. Em busca de respostas que não tenho e que não sei mais onde busca-las, esta semana tem sido particularmente dura e agoniante. Porque todos os dias tento poupar os meus queridos pais e não consigo, embora faça tudo que sei e posso. Mas o passado anda sempre um passo à minha frente e o futuro ainda vem lá longe, tornando o presente terrivelmente dilacerante. E todas as vezes que digo e escrevo o quanto gostaria de os proteger não chegam para diminuir o grito silencioso que trago no peito. Saber que nunca mais serão os mesmos, que agora não vivem apenas sobrevivem mata-me. A sua morte levou parte de quem era, de quem fui. E levou parte dos nossos pais. E andamos assim. A tentar proteger-nos mutuamente, com o coração a sangrar pela sensação que o tempo cruel não pára,corre sempre e que nunca nada mais será como foi. E todos os dias, ao amanhecer, ao anoitecer vejo um pai protector a limpar as lágrimas para que a sua filha não o veja chorar, incrédulo, sempre à espera do que sabe não voltar, sempre à espera do amanhã mas com o passado no coração. Com a vã esperança que lhe devolvam o filho que tanto ama.E todos os dias vejo uma mãe a quem amparo o choro e calo os gritos, sempre na janela à espera Dele. Sacrificada por uma vida que já não lhe pertence e que da forma mais monstruosa lhe tirou quem mais amava. E depois surgem os momentos que calcam ainda mais o coração ferido. A procura de respostas e soluções que não podem esperar. Porque o tempo é mesmo assim. Cortante, corrido e traiçoeiro. E no pesaroso silencio da noite, quando é dado algum descanso às nossas almas magoadas, o meu coração contorce-se. Porque sinto a Sua falta e não consigo conceber a minha vida sem Ele. Porque o silêncio e o luto que se instalou no nosso lar, sem ser sequer convidado, mata e mói. E todos os dias penso o que sentiria se Deus tivesse levado alguém que eu gostasse muito. E revolto-me com a vida. Não estava eu preparada para ver partir alguém que gostasse muito. Muito menos estava eu preparada para perder quem mais amava e que fez de mim quem sou hoje. Quem mais amava na vida.
Amo-te irmão. Como sempre. Para sempre.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Faz mal mas sabe bem

O relógio aponta 01h52 e o Orlando, mesmo com este tempo michuruca, teve coragem para se levantar da cama, vestir e ir às roullotes. Ainda lhe disse para irmos arranjar algo à cozinha, mas.. Obviamente que ele é agora o único culpado por, daqui a alguns minutos, aqui a je se ir empanturrar com um cachorro. Enorme, cheio de batatas e ketchup. O único culpado. Tenho dito.

domingo, 10 de maio de 2009

Campeões irmão


Criminal Minds

Zapping, zapping e mais zapping. Talvez dê por isso especial importância ao pouco que gosto de ver. As séries "Dirty Sexy Money", "Private Practice" e "The City". A minha vénia para "Criminal Minds". É do conhecimento geral que gosto. Muito mesmo. Prende-me a atenção e pronto. Fico danada quando perco um episódio.



sábado, 9 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Calçada da minha vida

Os saltos finos, singelos com que me habituei a caminhar não se adaptam à calçada portuguesa que se transformou a minha vida. Dou voltas, ando em bicos de pé, escolho caminhos que, apesar de se apresentarem mais longos, antevejo serem menos problemáticos mas surge sempre um declínio, um fosso que me dificulta a penosa caminhada em que se transformou a minha existência. E saber que não voltarei a ver a estrada que já tive o prazer de percorrer todos os dias mata-me. Uma linha quase toda ela recta, devidamente assinalada na qual encontrava sinalização sempre que não sabia por onde seguir, onde sabia que andariamos sempre lado a lado, onde sabia que teria sempre um conselheiro, um irmão, um amigo, um melhor amigo com quem via sempre o final da rua. E isso agora terminou. Todos os dias os meus saltos se estragam neste árduo caminho. Todos os dias preciso de placas e indicações que não tenho, que não encontro e que ninguém é capaz de me dar. Preciso de respostas para seguir caminho, para resolver tudo que está pendente e terminar tudo que precisa ser terminado. Faço tudo que posso e não posso para tornar a calçada menos árdua para quem mais amo, para os que mais estão a sofrer e que nunca hesitaram em nos estender o braço quando só precisamos duma mão, e a esses, aos meus pais que nada disto mereciam, não consigo poupar certos passos que seriam escusados, numa altura em que não deveriam caminhar, muitos menos por caminhos tão difíceis. Daria eu tudo que tenho e não tenho para não os ver à procura de respostas que não têm, para não andarem a tentar adivinhar qual o caminho que foi iniciado, quais as placas que foram seguidas e quais os parqueamentos pagos. Mas não. Caminhamos às cegas, agarrados às paredes, num caminho cheio de percalços, no qual apenas pedia que todos se limitassem a fazer o que tem que ser feito, a entregar o que tem de ser entregue, a ter o mínimo de respeito, para não ter que viver momentos como vivi ontem. Mas não, apesar de tudo insistem em fazer mais buracos, a omitir placas e a calcar os pés a quem já nem chão tem.

“Feira de Artesanato Urbano”

Eat Sushi Design with Fusing


















“Feira de Artesanato Urbano”
Datas: 8 e 9 de Maio (6ªfeira e Sábado)

Horário:
6ªfeira 18h00-24h00
Sábado 16h00-24h00
Visitantes: Entrada Livre

terça-feira, 5 de maio de 2009

O telefone que toca..

O dia amanhece e o relógio biológico desperta-me. Os olhos ainda mal abriram, o meu corpo ainda está adormecido e já estou ao telemóvel. Geralmente, primeira chamada do dia: Luís. Certificar se a equipa está coordenada. Apartir daí é um suplicio pois detesto falar ao telemóvel. Chamada do Luís, ligação para o técnico e outra para o electricista. Volto a falar com o Luís mas entretanto um de nós tem que desligar pois há um cliente a querer falar. E assim o dia inteiro. Depois há sempre as mensagens praxe das amigas que nunca me desampararam. Que vêm sempre há mesma hora. Sempre com o mesmo carinho. Depois são as chamadas para e do Landinho. Hoje quase a descontrolar-me de tanto que me falou em praia e mais praia e mais bronze. E mais isto e mais aquilo e mais a brisa do mar. Está assim proibido de me ligar até logo. Durante o dia não descanso se não falar com os meus pais, principalmente com a mamã, sempre atenta às suas idas ao cemitério num esforço, nem sempre conseguido, de tentar ir ao seu encontro pois receio o que possa acontecer. Depois vêm mais 234499 chamadas de trabalho e hoje pelo meio um telefonema para uma amiga, assim um tou e apenas isso, seguido dum desabafo silencioso, daquele que vale por mil palavras, no qual cada lágrima é uma palavra, uma frase, um grito de desespero por tudo inconcebível e inesperado que magoa e me corta o coração. No entretanto o outro telemóvel toca. Um rápido obrigado querida e um não te preocupes comigo, para em 2 segundos voltar à Áurea de todos os dias, sem a voz tremida ou réstia de soluços. Para mais uma chamada e outra, e mais uma mensagem que ficou por responder.
Se o arrependimento mata-se..

domingo, 3 de maio de 2009

Yah onde foste ontem? Tive a colar com umas letras dos pacotes de açucar..

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Concurso " À procura do Principe encantado num cavalo branco."

Estão abertas as inscrições a todos os interessados.
Consultem o regulamento aqui.
Amazing.

Cumulo dos cumulos

Há pessoas que não têm mesmo noção e devem pensar que a malta anda a trabalhar para aquecer. Tudo isto porque passei o dia inteiro a ver CV e fotos e mais currículos e mais fotos, e mais telefonemas, para no final escolher uma pessoa que me responde que não está interessada em determinado tipo de trabalho. Enfim. Vontade tive de lhe reenviar o mail para lhe lembrar o que lá vinha. No comments.

Parabéns à nossa mãe

Sabes irmão, ontem mal consegui olhar para a nossa mãe. Fiquei sem palavras nem coragem. Aquela que sempre nos mimou em excesso, que nos soube dar força quando estivemos em baixo, que sorriu quando chegamos a casa exaltantes, que chorou connosco quando lhe abrimos a nossa alma e precisamos de um ombro amigo fez ontem anos. Porque é isso que ela sempre foi. Uma mãe, uma companheira, uma amiga. A melhor amiga. Que como mãe extremosa, foi mãe dos que escolhemos para seus novos filhos. Assim sem pestanejar ou questionar deu-nos sempre a mão e o colo, como se o tempo tivesse parado e nos mantivéssemos aqueles meninos mimosos, que ela só com o olhar demonstrava que amava incondicionalmente. E Deus tirou-lhe o seu menino, o que mais amava na vida e Tu não estiveste cá ontem para lhe dar os parabéns, para lhe sorrires da forma que só tu sabias fazer. Para a fazeres sentir sempre a melhor mãe do mundo. É exactamente isso que ela é. A melhor mãe do Mundo. E eu amo-a muito. E sei que tu também e que lho dizes todos os dias.