sexta-feira, 19 de junho de 2009

Vila do Conde

Não quis ir. As pernas recusaram-se, o corpo tremeu, o meu coração outrora palpitante teimou em silenciar-se. Com a mão procurei senti-lo. Lento no bater, terrivelmente rápido na dor. Mas não me foi dada alternativa. Em silêncio, 38 semanas, 38 madrugadas depois percorri cada quilómetro até aquela terra maldita, onde perdeste a Tua vida, onde todos os nossos sonhos se desvaneceram e partiram contigo naquele dia. E todo o meu corpo gritava a dor dilacerante que trago no peito, que teima em crescer a cada segundo que passa, a cada momento que Te procuro e não te encontro. E vi-Te em todo o lado mas não Te toquei. Os meus olhos traíram-me. Segundos, momentos incompletos para os quais só Tu, um dia, quando nos voltarmos a abraçar mos irás segredar. E pergunto-me se és Tu que me dás força para percorrer esta estrada demasiado longa em que me encontro. O caminho de regresso a casa, que Deus te tirou quando decidiu que queria um Anjo a seu lado magoa-me. Não consigo encarar o O., o meu ombro, o meu carinho. Morro de desgosto, lenta e dolorosamente a cada amanhecer. Mas por tudo o que foste para mim, por tudo que és, devo-te minha procura incessante por respostas, foste e serás para sempre o grande amor da minha vida.

2 comentários:

Pedro disse...

Mas olha que Vila do Conde é uma boa terra pah :)

joking

é sempre dolorosa o regresso :(

bjs com charme

S* disse...

É notória a tua mágoa querida. Faz bem o confronto com a realidade, apesar da dor. A pouco e pouco restarão as boas recordações... Um beijo com carinho. *