Isto da desilusão é complicado. Acho que já nos aconteceu a todos. Por um motivo ou outro, damos connosco tristes, com o rosto no chão porque nem conseguimos encarar outra pessoa. Sentimo-nos defraudados, gritamos a incapacidade que a desilusão nos trouxe. Se no amor é assim, com amigos ainda custa mais. Mas dou comigo frustrada, a pensar que culpa tem o raio da pessoa que eu a tenha projectado de uma forma diferente daquela que é na realidade. Que culpa tem a criatura que eu a tenha pintado rosa, quando ela na realidade só gosta de verde. Que direito tenho de ficar triste, que direito tenho de carregar nos ombros de outra pessoa considerações que eu fiz, sem ter pedido autorização. É injusto. Tenho a perfeita noção que é. Mas continuo sem encarar. Sou demasiado transparente. E enquanto este verde me assolar, os meus olhos não serão capazes de olhar os seus. Ainda que tudo isto seja injusto, ainda que possa parecer algo sem importância, continuarei a olhar o chão.
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