quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Aquela menina...

Perdida, divago em pensamentos alheios e confusos. Todos eles importam, mas a névoa não me permite fixa-los. Talvez seja uma das minhas maiores caracteristicas. Quando me encontro abalada com tanto pensamento, perco-me. E está escrito nos meus olhos. Não me consigo organizar. Porque para mim é difícil estabelecer prioridades e atribuir grau de importância quando diz respeito a pessoas que amo, que sempre me deram a mão. Fixo um ponto, bem longe do telemóvel que me chama à realidade, onde tudo está calmo. A brisa ainda sopra como outrora, arrastando consigo os ecos das gargalhadas quentes em final de tarde. Consigo ouvir o estalar de dedos e as cordas da guitarra. As conversas perdidas em tempos alheios, o brilho nos olhos miúdos, inconscientes da sua inocência, do amanhã. Frágil e franzina, vejo aquela menina loirinha cheia de esperança. O pé, levemente bronzeado, brinca distraído com as pedrinhas do chão. Ouço-a. Ouço-me. A alma fica apertada, sinto falta daquelas palavras, cheias de coragem e esperança. Azuis, levemente rosadas. O vento levou consigo essa menina. Hoje ela morre de saudades. E sofre com a Sua ausência. Às amigas, essas a quem o coração não tem dado descanso, ela oferece a mão e o abraço. Quando as palavras não saltam, os olhos falam por ela. Pede-lhes que não percam a esperança no amor, nem fechem o coração. A brisa trará as respostas. As lágrimas, essas têm que cair, as feridas têm que cicatrizar mas depois surgirá o amanhã e o depois, um novo bater. Feliz. Batidas nas quais, aquela garotinha loira, ainda acredita.

4 comentários:

Nuance disse...

Muito bom, este texto!

voninha disse...

Mais uma vez digo: o seu sentimento é muito profundo, consegue transmitir para o papel o que lhe "vai na alma", a sua dor, desta vez através de um texto carregado de emoções. beijinho

Miracle disse...

:'( contigo...

ana disse...

E muitas vezes o importante é mesmo acreditar.

Beijinhos